sábado, 28 de novembro de 2009

"Pai dos Pobres" provocou milagre econômico no Brasil

Fonte UOL
Publicado no Der Spiegel - 25/11/2009
"Pai dos Pobres" provocou milagre econômico no Brasil

Jens Glüsing
O Brasil é visto como uma história de sucesso econômico e sua população reverencia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um astro. Ele está na missão de transformar o país em uma das cinco maiores economias do mundo por meio de reformas, projetos gigantes de infraestrutura e explorando vastas reservas de petróleo. Mas ele enfrenta obstáculos.
Qual a sua avaliaçãodo presidente Lula?
Elizete Piauí aguarda pacientemente por horas à sombra de uma mangueira. Ela calça sandálias de plástico e veste um short largo sobre suas pernas finas. A 40ºC, o ar tremula neste dia incomumente quente na Barra, uma pequena cidade no sertão, o coração do Nordeste brasileiro. Mas Elizete não se queixa, porque hoje é seu grande dia, o dia em que se encontrará com o presidente, que está trabalhando para fornecer água encanada para sua casa.

Em Sertania (Pernambuco), Lula vistoria as obras da transposição das águas do rio São FranciscoO barulho de um helicóptero sinaliza sua chegada. A aeronave branca sobrevoa a multidão antes de pousar. Uma escolta de batedores acompanha o presidente até a cerimônia.Lula sai da limusine vestindo uma camisa branca de linho e um chapéu militar verde. Ignorando os dignitários locais em seus ternos pretos, Lula segue direto para a multidão atrás de uma barreira de segurança. "Lula, Papai!", chama Elizete. Ele a puxa até seu peito e aperta a mão de outros na multidão, permitindo que as pessoas o toquem, façam carinho e o abracem. Gotas de suor correm pelo seu rosto corado enquanto pessoas o puxam pela camisa, mas Lula se deixa embeber na atenção. Ele se sente em casa aqui, em uma das regiões mais pobres do Brasil.O presidente passa três dias viajando pelo sertão. Ele conhece a rota. Ele veio à região pela primeira vez há 15 anos, em campanha, viajando de ônibus e ficando hospedado em locais baratos. Ele fazia paradas em todas as praças, sete ou oito vezes por dia, geralmente realizando seus discursos na traseira de um caminhão. Sua voz geralmente ficava rouca e fraca à noite e ele tinha que trocar sua camisa suada até 10 vezes por dia.'Ele ainda é um de nós' Agora ele viaja de helicóptero e carros blindados, com os carros da polícia, com suas luzes piscando, abrindo o caminho ao longo das estradas. Voluntários montam aparelhos de ar condicionado e bufês nos aposentos de Lula, às vezes até mesmo estendem um tapete vermelho. A imprensa critica as despesas, mas isso não incomoda a maioria dos brasileiros, porque eles têm orgulho de seu presidente. Ele chegou ao topo, eles argumentam, então por que não desfrutar de seu sucesso? "Ele ainda é um de nós", diz Elizete, "porque ele é o pai dos pobres".Lula está familiarizado com o destino dos nordestinos pobres do Brasil. Ele nasceu no sertão, mas sua mãe colocou seus filhos na traseira de um caminhão e os levou para São Paulo, 2 mil quilômetros ao sul. A posterior ascensão de Lula ao poder começou nos subúrbios industriais de São Paulo. Sua mãe foi uma das centenas de milhares de pessoas carentes que deixaram o sertão atormentado pela seca, com seus campos ressecados e animais morrendo de sede, e migraram para o sul mais rico, para trabalhar como porteiros, garçons, operários de construção ou empregados domésticos.Em um plano para tornar verde esta região árida, Lula está explorando as águas dos 2.700 quilômetros do Rio São Francisco, um rio vital para grandes partes do Brasil. O rio fornece água para cinco Estados, mas ele passa em torno do Sertão. Segundo o plano de Lula, dois canais desviarão água do rio por 600 quilômetros até as áreas atingidas pela seca. "É o mínimo que posso fazer por vocês", Lula diz às pessoas na Barra.Projeto controversoO megaprojeto, que exige a superação de uma diferença de altitude de 200 metros, tem um custo estimado de R$ 6,6 bilhões. Lula posicionou soldados na região para escavar os canais. Oito mil trabalhadores labutam nos canteiros de obras enquanto tratores e escavadeiras movem a terra pela estepe. Se tudo correr bem, 12 milhões de brasileiros se beneficiarão com o projeto de transposição de águas, que deverá ser concluído em 2025. É o maior e mais caro projeto de Lula, assim como provavelmente seu mais controverso.Aqueles que o apoiam comparam Lula ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, que represou o Rio Tennessee nos anos 30, para fornecer eletricidade à região, e que lançou o New Deal, um imenso programa de investimento para superar a Grande Depressão. Mas os críticos veem a obra como um imenso desperdício de dinheiro. O projeto também atraiu a ira dos ambientalistas e até mesmo o bispo da Barra já fez duas greves de fome contra ele. Ele teme que o projeto de transposição das águas secará ainda mais o rio, alegando que a irrigação beneficiaria principalmente o setor agrícola.O bispo não está presente. Dizem que ele está participando de reuniões fora da cidade. Na verdade, o religioso está mantendo discrição. As críticas ao presidente são desaprovadas por sua congregação. Lula fala a linguagem das pessoas comuns, contando histórias de sua juventude aos seus simpatizantes, histórias dos tempos em que sua mãe o enviava para buscar água e ele voltava para casa equilibrando um balde pesado sobre sua cabeça. Ele tinha cinco anos na época.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (à frente), com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, exibe mãos sujas de petróleo na plataforma P-34, em Vitória, Espírito SantoO Brasil já foi chamado de "Belíndia", um termo cunhado por um empresário que via o vasto país como uma mistura entre a Bélgica e a Índia, um lugar com riqueza europeia e pobreza asiática, onde o abismo entre ricos e pobres parecia intransponível. Lula foi o primeiro a construir uma ponte entre os dois Brasis.Agora ele é tanto o queridinho dos banqueiros quanto ídolo dos pobres. Com o chamado presidente operário no comando, o Brasil está atraindo investidores de todas as partes do mundo. Jim O'Neill, o economista chefe do Goldman Sachs, inventou a sigla Bric para as economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China, prevendo um futuro brilhante para o gigante sul-americano. Mas seus colegas zombaram dele. A China e a Índia certamente tinham perspectivas, mas o Brasil? Por décadas o país era visto como um gigante acorrentado, atormentado por crises infindáveis e inflação.Potência econômica ascendenteMas hoje o "B" é a estrela entre os países Bric, com os especialistas prevendo um crescimento de até 5% para a economia brasileira em 2010. O Brasil está atualmente crescendo mais rápido do que a Rússia e, diferente da Índia, não sofre de conflitos étnicos ou disputas de fronteira. O país de 192 milhões de habitantes possui um mercado doméstico estável, com as exportações - carros e aeronaves, soja e minério de ferro, petróleo e celulose, açúcar, café e carne bovina - correspondendo a apenas 13% do produto interno bruto.E como a China substituiu os Estados Unidos como maior parceira comercial do Brasil no início deste ano, o país não foi severamente afetado pela recessão no mercado americano como poderia ter sido. Os bancos do Brasil são fortes, estáveis e não encontraram grandes dificuldades durante a crise. Mais importante, entretanto, é o fato do Brasil ser uma democracia estável, ao estilo ocidental.O país pagou sua dívida externa e até mesmo passou a emprestar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo acumulou mais de US$ 200 bilhões em reservas e o real é considerado uma das moedas mais fortes do mundo. Especialistas internacionais preveem uma década de prosperidade e crescimento para o país. Lula prevê que o Brasil será uma das cinco maiores economias do planeta em 2016, o ano em que o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos. O país será sede da Copa do Mundo de 2014.E ainda há os recursos naturais aparentemente ilimitados do Brasil, vastas reservas de água doce e petróleo. O Brasil exporta mais carne do que os Estados Unidos. E a China estaria em dificuldades sem a soja brasileira. Nos hangares da fabricante de aviões, a Embraer, perto de São Paulo, engenheiros brasileiros constroem aviões para companhias aéreas de todo o mundo, incluindo aviões para trajetos menores para a Lufthansa.Um patriarca extremamente popular Em outras palavras, o presidente Lula tem bons motivos para estar repleto de autoconfiança. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o estão cortejando, enquanto Wall Street praticamente o venera. Ele é até mesmo tema de um novo filme, "Lula, o Filho do Brasil", que descreve a saga de sua ascensão de engraxate a presidente.

Carisma Patriarca extremamente popular, o líder brasileiro é até mesmo tema de um novo filme, "Lula, o Filho do Brasil", que descreve a saga de sua ascensão de engraxate a presidente do paísTodo o Brasil desfruta da fama de seu presidente que, há menos de sete anos no poder, atualmente conta com um índice de aprovação acima de 80%. A oposição praticamente desapareceu e o Congresso se tornou submisso. Lula dirige o país como um patriarca, tanto que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, o está acusando de "autoritarismo" e alertando que o Brasil está no caminho de um capitalismo estatal.Há um quê de verdade nas alegações de Fernando Henrique. Lula nunca teve confiança na capacidade do mercado de curar a si mesmo e considera que o Estado deve moldar uma nova ordem social. Ele adora projetos impressionantes e gestos nacionalistas. Ele é pragmático, mas despreza especuladores. "Brancos com olhos azuis" levaram o mundo à beira da ruína financeira, ele disse recentemente. Ele falava dos banqueiros.A crise financeira apenas confirmou o ceticismo de Lula em relação ao capitalismo. Lula acredita que o Brasil lidou melhor com a crise do que outros países porque o governo adotou medidas corretivas desde cedo. Segundo Lula, o combate à pobreza e a distribuição justa de renda não podem ficar aos cuidados do mercado.Classe média crescente Sob sua liderança, milhões de brasileiros ingressaram na classe média. A evidência dessa transformação social está por toda a parte: nos shopping centers do Rio e São Paulo, lotados de famílias barulhentas da periferia, ou nos aeroportos, onde mães jovens ficam na fila do balcão de check-in, aguardando para embarcar em um avião pela primeira vez em suas vidas. "A desigualdade entre ricos e pobres está começando a diminuir", diz o economista e especialista em estudos sobre a pobreza, Ricardo Paes de Barros.A chave para aquela que provavelmente é a maior redistribuição de riqueza na história brasileira é o programa social Bolsa Família, sob o qual uma mãe carente que possa comprovar que seus filhos estão frequentando a escola recebe até R$ 200 por mês do governo. A primeira vista pode não parecer muito, mas este subsídio do governo ajuda milhões de pessoas a sobreviverem no Nordeste brasileiro.Especialistas inicialmente criticaram o programa como sendo apenas uma esmola, mas agora ele é visto como um modelo mundial. Mais de 12 milhões de lares recebem os subsídios, com grande parte do dinheiro indo para o Nordeste. Graças ao programa Bolsa Família, a região antes atingida pela pobreza começou a prosperar. Muitos nordestinos abriram pequenas empresas ou lojas e a indústria descobriu o Nordeste como mercado. "Agora a região está crescendo por conta própria", diz Paes de Barros.Lula foi abençoado pela sorte. Seu antecessor, Fernando Henrique, já tinha estabilizado a economia, que sofria com a hiperinflação, quando foi ministro da Fazenda em 1994. Ele impôs uma reforma da moeda ao país e implantou leis que forçaram o governo a adotar políticas com responsabilidade fiscal. Lula não mudou nada disso.Não havia necessidade de Lula reinventar a política econômica e social do Brasil. O país tem uma tradição de controle total da economia pelo governo que remonta aos anos 30.
O plano Marshall próprio do Brasil Os centros nervosos da política econômica do país ficam abrigados em dois imponentes arranha-céus no centro do Rio. O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que conta com seus escritórios em uma torre de aço e vidro, foi criado com a ajuda americana e usando o KFW Banking Group da Alemanha como modelo. Ele financiou uma versão brasileira do Plano Marshall.Nos anos 90, o BNDES administrou com sucesso a privatização de muitas estatais brasileiras. Hoje, ele fornece assistência a fusões e aquisições corporativas, ajuda empresas em dificuldades e financia os investimentos estratégicos do governo.O BNDES é altamente respeitado. Acredita-se que seja em grande parte livre de corrupção e ele paga os mais altos salários do país. "Há um ano, os bancos estrangeiros batiam à minha porta perguntando se o Brasil estava preparado para a crise financeira", diz Ernani Teixeira, um dos diretores financeiros do banco. Teixeira conseguiu tranquilizá-los, notando que o BNDES tinha separado R$ 100 bilhões em reservas adicionais. No ano passado, o banco emitiu mais empréstimos e garantias de empréstimos do que o Banco Mundial - e até apresentou um lucro respeitável.O segundo pilar do milagre econômico brasileiro fica diagonalmente no outro lado da rua: um bloco de concreto, iluminado à noite com as cores nacionais, verde e amarelo, é a sede do grupo de energia semiestatal Petrobras. A empresa planeja investir US$ 174 bilhões nos próximos quatro anos em plataformas de perfuração, navios e outros equipamentos para explorar as grandes reservas de petróleo além da costa do Brasil.Há um ano e meio, a Petrobras descobriu novas reservas de petróleo sob o leito do oceano. Mas o petróleo será difícil de extrair, por estar situado abaixo de uma camada de sal em profundidades de pelo menos 6 mil metros. A expectativa é de que os poços comecem a produzir daqui pelo menos seis anos. A receita desse petróleo será depositada em um fundo que o governo usará principalmente para financiar novas escolas e universidades.Lula apresentou recentemente uma legislação que regulamentaria a exploração das reservas de petróleo submarinas, fortalecendo assim o monopólio da Petrobras. Especialistas temem que Lula esteja criando um monstro corporativo poderoso e corruptível.Obstáculos burocráticos O imenso apagão que ocorreu simultaneamente em grandes partes do país, há duas semanas, teria sido um sinal de alerta de que o governo está indo além de sua capacidade? A modernização da infraestrutura decrépita do Brasil está avançando, mas lentamente. Bilhões de dólares em investimentos em portos, construção de estradas e no setor de energia existem apenas no papel, com a implantação atrapalhada por uma burocracia kafkaniana e um Judiciário moroso. Além disso, o país também não teve muito sucesso no combate à criminalidade.

O apagão em 18 Estados brasileiros levanta dúvidas sobre a real capacidade do Brasil decolarLula tem mais um ano no poder, após ter resistido à tentação de manipular a Constituição para garantir sua reeleição para um terceiro mandato. Ávido em preservar seu legado, ele tem buscado a indicação de sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sua sucessora, apesar da resistência dentro do próprio Partido dos Trabalhadores.Rousseff, que foi integrante dos grupos guerrilheiros de esquerda após o golpe militar de 1964 e que posteriormente passou anos presa, tem uma reputação de tecnocrata competente, mas é vista como inacessível e autoritária. Ela está acompanhando o presidente em suas viagens pelo país, inaugurando novas estradas e usinas elétricas. Lula a apoia de modo tão determinado que até parece estar fazendo campanha para si mesmo.Ela também está com ele em seu giro pelo Nordeste, apesar dos médicos terem removido um tumor de sua axila há poucos meses. Acredita-se que ela esteja curada e ela atualmente usa uma peruca após a quimioterapia. Seu rosto é pálido e seu sorriso parece congelado. O presidente a puxa para o seu lado quando ele caminha até o microfone, e ele menciona o nome dela repetidas vezes.Elizete Piauí, ainda completamente embriagada pelo seu encontro com Lula, a viu pela televisão. Ela sabe que Dilma é a candidata de Lula e ela fará campanha pela ministra, apesar de que preferiria que Lula permanecesse no poder. "Eu votarei em qualquer pessoa que ele indicar", ela diz.Lula também prometeu retornar. Antes do fim de sua presidência, ele planeja fazer outra viagem ao Nordeste para ver o quanto progrediram as obras no Rio São Francisco. Talvez, espera Elizete, ele terá atendido seu maior desejo até lá e ela poderá servir a ele um copo de água - de sua própria torneira, em sua própria casa.
Tradução: George El Khouri Andolfato

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Deu Pipico em Niterói

Deu Pipico, mas Niterói provou que este modelo de PED está falido. É transporte irregular, denúncia de demissão de cargo como retaliação, ex-petistas interferindo e juntando pessoas para votar, pagamento de anuidade de R$ 15 por grupos econômicos. A política mesmo foi pro brejo. A única vez que ouvi o nome Dilma sendo gritado no Canto do Rio, foi um rapaz perguntando se a companheira Dilma tinha votado. Lula também foi esquecido. Não vi uma única bandeira do partido, estrelas no peito só a de alguns "saudosistas renitentes". Nossos parlamentares, "prá lamentares" vestiam camisa do flamengo, camisas de sua campanha em verde ou marcas famosas, nada que pudesse ser confundido com um político do PT. Tese que que é isso mesmo ? Mas muita cédula e acompanhante que escoltava o eleitor , como se ele fosse um imbecil , senil, desde a porta do clube até a quadra no fundo da sede, este aqui já tem presidente, este aqui já tem presidente. De surpreendente só a votação do voto em branco , que se constitui na terceira força em Niterói.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pipico é reeleito para a presidência do PT-Niterói.
A apuração dos votos para presidente do Diretório Municipal do PT de Niterói terminou às 10h da manhã desta segunda-feira (23). Votaram no PED Niterói cerca de 3.479 pessoas que reelegeram, em primeiro turno, Anderson Pipico para a presidência do Partido em Niterói.
Confira o resultado final com o total de votos de cada candidato:
Candidato
Número de votos
Anderson Pipico 1855
Romério 1060
Ana Lúcia 191
Carlos Marcelo 148
Brancos 192
nulos 148
Total 3.479
Fonte : de Marcio Kerbel <mkerbel@gmail.com>

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Porque não fizeram um filme com FHC

Imagem negativa de ex-presidente favorece petista -->
-->Ao analisar a pesquisa encomendada...
Ao analisar a pesquisa encomendada pelo entidade que dirige, o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, assinalou que a candidata do governo ao Planalto em 2010, Dilma Rousseff, começa a estimular a guerra eleitoral, crescendo nas simulações de voto e se favorecendo da avaliação negativa da imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso."O Serra cai (perdeu 15 pontos em um ano - veja nota acima) em função do apoio do Fernando Henrique, que fala em nome dele, independente dele querer ou não. O apoio ostensivo de FHC é prejudicial", destacou Clésio. Serra cai tanto nas simulações para o 1º quanto nas feitas para o 2º turno. Na pesquisa em que foram incluídos todos os prováveis candidatos à presidência da República na eleição do ano que vem Serra (PSDB) tem 31,8%; Dilma (PT), 21,7%; o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), 17,5%; e a senadora Marina Silva (PV), 5,9%.
Fonte : Blog do Zé
Levantamento vê poder de Lula e FHC de transferir voto -->
-->A pesquisa CNT/Sensus divulgada há pouco...
A pesquisa CNT/Sensus divulgada há pouco, apurou, também, o potencial de transferência de votos do presidente Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nas eleições do ano que vem.
O percentual de brasileiros que não votariam em um candidato apoiado pelo atual presidente da República baixou de 20,2% em setembro para 16% em novembro. Os que afirmaram que só conhecendo o candidato poderiam fazer uma avaliação passaram de 24,6% para 27,4%.
Já os percentuais dos que só votariam em um candidato apoiado por Lula mantiveram-se estáveis - passaram de 20,8% para 20,1%. Ao mesmo tempo, os que responderam que poderiam votar em um candidato apoiado pelo atual chefe do governo passaram de 31,4% para 31,6%.49,3% não votam em candidato apoiado por FHC
A CNT/Sensus pesquisou, ainda, e pela primeira vez, o potencial de transferência de votos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: o campo mostrou que 49,3% não votariam em um candidato apoiado por ele. Outros 14,2% adiantaram que poderiam optar por um candidato apoiado por FHC e 27% responderam que só conhecendo o nome poderiam opinar. Apenas 3% consideraram que o candidato apoiado pelo ex-presidente seria o único em quem votariam.Para o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o presidenciável mineiro, governador Aécio Neves (PSDB) e a petista, ministra Dilma Rousseff, devem crescer nas intenções de voto.
"Dilma tem mais votos masculinos do que femininos, assim como o Aécio. E o voto masculino, na reta de chegada, acaba puxando o feminino. Se o Aécio continuar no páreo, vai crescer", disse Clésio, acentuando, ainda, o caráter "agregador" de Aécio como outra vantagem em relação ao seu concorrente paulista na legenda, o governador José Serra.
Fonte :Blog do Zé

Dilma 2010

Cenário aponta para vitória de Dilma em 2010 -->
-->Presidenciável do seu PSB, o deputado Ciro...
Presidenciável do seu PSB (se não optar por disputar o governo de São Paulo, para onde transferiu seu título eleitoral), o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), ao contrário do que esperavam os corneteiros de ocasião, não passou nossa candidata ao Planalto, minsitra Dilma Rousseff.
Apesar de toda a exposição e espaço conseguidos na mídia exatamente nos dias em que se realizava a pesquisa (leia a nota acima), Ciro tem 17,5%, o que mostra a força do campo governista: os dois juntos, ele e Dilma (ela com seus 21,7%), a postulante do PT e dos partidos da base governista já tem quase 40% dos votos. A candidata presidencial do PV, senadora Marina Silva (PV-AC) continua patinando na casa dos 5,9%.
O levantamento evidencia, assim, que com o apoio ao presidente Lula e a aprovação ao seu governo - que não param de crescer; o PT com renovada direção e unido em torno de Dilma; as alianças se consolidando; e o pais retomando índices de crescimento acima de 6% ao ano, o cenário que se desenha para 2010 é de chances reais de vitória do governo e de sua candidata. Agora, só depende de nós e das alianças, propostas e palanques estaduais. À disputa, à luta, mãos à obra.
Fonte : Blog do Zé

Pesquisa atesta: Serra caiu 15 pontos em um ano...

Pesquisa atesta: Serra caiu 15 pontos em um ano -->

Realizada entre a 3ª e a 6ª feira (16 a 20.11) da última semana, a pesquisa CNT/Sensus que acaba de ser divulgada, é uma péssima noticia para os tucanos e para toda a oposição.Nela o governo Lula tem 70% de ótimo e bom. Subiu, e muito, já que o governo tinha 65,4% de aprovação na anterior, em setembro. O presidente, também melhorou - ele tinha 76,8% de apoio e foi para 78,9%.Entrevistadas duas mil pessoas, a pior noticia mesmo ficou reservada para a oposição: é a combinação da comparação entre os governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os do presidente Lula.
Para 76% da população brasileira, os sete anos do governo Lula são melhores que os oito anos da era FHC. Só 10% acreditam que FHC foi melhor e 11,1% afirmaram que os dois governos são iguais. Para quem tem de enfrentar, como a oposição - e ainda que tente desesperadamente fugir disso - uma campanha eleitoral em que a temática básica será a comparação entre os dois governos, impossível uma pesquisa trazer algo mais trágico.
Mais grave que isso, só mesmo a queda continua do presidenciável tucano paulista, o governador José Serra. Ele cai sem que suba seu concorrente na disputa pela legenda tucana para ser candidato a presidente da República em 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).Pela pesquisa nossa candidata ao Planalto no ano que vem, a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, já tem 21,7% contra 31,8% de Serra, que perdeu 15 pontos - 15 pontos! - nos últimos doze meses.
Fonte: Blog do Zé

domingo, 22 de novembro de 2009

Hoje é o dia do PED !

Atenção PETISTA, hoje é dia de eleição. Provando que o PT é um partido democrático, votaremos hoje a nossa direção para todas as instâncias.
Em Niterói o meu voto será :
180 JOSE EDUARDO DUTRA * Presidente nacional do PT
280 DIRETÓRIO NACIONAL
386 LUIZ SERGIO - Presidente para o PT do estado do Rio de Janeiro
482 FÓRUM CONSTRUINDO UM NOVO BRASIL
em branco - Presidente Municipal ( Leia matéria neste blog : Porque voto branco em ....)
em branco - Diretório Municipal (Leia matéria neste blog : Porque voto em ....)
Viva o PT ! Viva Niterói !

Parabéns NITERÓI, 436 anos !

Salve a minha Niterói, hoje 22 de novembro, 432 anos. Minha Ponta d´Areia, minha terra. Salve NITERÓI, que esta cidade tão acolhedora seja além da Cidade Sorriso, a Cidade Felicidade !

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Porque voto em branco em nível municipal em Niterói.

Este documento será muito direto e objetivo por razões óbvias. O nosso PT na véspera de completar 30 anos no dia 10 de Fevereiro próximo (favor não fechar a sede do partido neste dia) tem na versão de Niterói sua versão mais decadente.

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL, porque outrora o PT – Niterói, sempre junto de todos os movimentos sociais na cidade, Famnit, Intersindical com mais de dez sindicatos e comandando duas greves gerais, movimentos de estudantes e o passe livre, posseiros, eleições da UFF, a luta das mulheres (implantação da delegacia da mulher, secretaria da mulher) , luta da casa própria (BNH), movimento ambientalista, negro, GLTB etc. mas hoje é somente uma caricatura.

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL, porque as duas forças que disputam todos este anos a hegemonia do partido , estão empatadas, são equivalentes e neutralizam e paralisam todas as ações do partido. O PT- Niterói dos comícios pró-LULA, dos debates na Constituinte, das festas memoráveis não existe mais, morreu. Neste PED de 2009, candidatos e chapas podem estar gastando uma cifra superior a MIL VEZES O ALUGUEL DA NOSSA SALINHA na rua José Clemente.

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL, porque os deputados, vereadores lançados e eleitos por Niterói, faltam deliberadamente as mais importantes atividades do Partido, organizadas a revelia do DM de Niterói, como audiência pública das barcas, debates entre candidatos estaduais ao PED, protestos ambientais, dos trabalhadores estaleiros. Os seus mandatos são uma espécie de “franchising”, vez por outra se avistam com o franqueador , mas o compromisso com a legenda , pára aí.

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL porque este PT de Niterói, com dez mil filiados ou 5% dos votos para prefeito em 2008, foi derrotado e humilhado nas dez zonais, mas mesmo assim disputa o PED com dezesseis chapas. Seriam dezesseis concepções diferentes? Dezesseis novas idéias? Na verdade são dezesseis frustrações.

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL, porque em pleno PED deste ano, anterior a mais importante etapa da história do partido,na preparação da eleição de DILMA, a página do PT- Niterói , está defasada, tem a data de abril e ainda divulga um anúncio da Prefeitura de Niterói.

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL, porque nossos filiados, homens e mulheres, que pensam, tem sentimentos, emoção, são tratados como “garrafinhas” que serão contadas e logo após descartadas no lixo mais próximo após a festa .

VOTO EM BRANCO NA MUNICIPAL na firme esperança que sem maioria, após o PED, chapas e candidatos, se reúnam , avaliem, e tracem juntos novos rumos para o NOSSO PT DE NITERÓI.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Wadih é reeleito e dirigirá a OAB/RJ no próximo triênio.

Wadih é reeleito e dirigirá a OAB/RJ no próximo triênio. Em São Gonçalo, o advogado Jose Luiz, o então vice presidente, foi eleito por larga margem Presidente da 8ª seção. Natural do município, o Zé tem muita experiência como advogado trabalhista. Foi professor, sendo no passado uma das lideranças do CEP ( antes de virar sindicato).

Rodando o Rodoanel

A grande imprensa começa a retirar o Rodoanel da primeira página. Vai sumindo, sumindo, quando for ver sumiu. O Estadão de hoje foi o primeiro. E o apagão ? Este vai render. Foi curto circuito, não foi, bota o Lobão com o chapéuzinho vermelho....

O Governador Serra é alérgico a CPI, atchiiiimm !

Matéria da Folha.
16/11/2009 - 16h06
Após acidente, bancada do PT na Alesp tenta aprovar CPI do Rodoanel
da Folha Online
A bancada do PT na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) pretende coletar ainda nesta semana assinaturas de deputados para aprovar a criação de uma CPI sobre as obras do Rodoanel. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira, três dias após o desabamento de vigas da obra na rodovia Régis Bittencourt, que deixou três pessoas feridas.

Além da abertura de uma CPI, a oposição irá protocolar, entre hoje e amanhã, representações no TCE (Tribunal de Contas do Estado), e nos ministérios públicos Federal e Estadual, pedindo que sejam investigados os contratos para as realizações nas obras, e os aspectos "físicos" da construção. O objetivo, segundo a assessoria do partido, é apontar os responsáveis pelo acidente.
O PT tenta emplacar desde 2001 a
CPI do Rodoanel na assembleia paulista. Até esta segunda-feira, a bancada contava com 23 assinaturas de deputados da oposição, sendo que são necessárias 32.
De acordo com a assessoria do PT, além do acidente, a CPI pretende apurar também as irregularidades apontadas pelo
TCU (Tribunal de Contas da União) --conforme publicado pela Folha no domingo (15).
Segundo a reportagem, a auditoria foi realizada em 2007 e 2008 e revelou que as construtoras optaram por utilizar outro material que o previsto em contrato. O TCU --que investiga os contratos desde 2003-- aponta ainda outras 13 irregularidades no percurso de 61 quilômetros.
O secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, afirmou à Folha que já está realizando os ajustes para corrigir as falhas apontadas pelo Tribunal.
Representantes do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) visitaram na manhã desta segunda-feira o local onde três vigas caíram. O órgão apura se houve erro técnico de algum engenheiro no acidente. laudo da perícia do IC (Instituto de Criminalística) deverá ficar pronto em 30 dias.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

É SÓ ALEGRIA

É SÓ ALEGRIA !

domingo, 15 de novembro de 2009

Jose Dirceu no CREA-RJ

O ex-Ministro José Dirceu falará nesta segunda feira n CREA-RJ, rua Buenos Aires , 40, Rio de Janeiro, a partir das 18:30 h.
Considerado uma das maiores lideranças do PT, o Zé, como é carinhosamente chamado, estará colocando suas palavras para uma plateia de admiradores, que entre os quais me incluo. É pelo seu blog e nas centenas de palestras e entrevistas durante o ano inteiro, que José Dirceu continua exercendo o seu papel de bússola para uma grande parcela da esquerda no nosso país, mas com boa influência além das fronteiras nacionais. Seja bem vindo Zé !

CPI no dos outros é refresco

Dizia um deputado tucano : que barbeiragem do governo Lula este apagão, que causou milhões de reais em prejuízos e deixou a população em estado de alerta. Depois esta enchente na baixada fluminense e o lamentável acidente desta obra eleitoreira do PAC, que é a construção do Rodoanel em São Paulo - a queda de três vigas de um viaduto sobre veículos, com três feridos, um deles gravemente . só uma CPI para botar isto tudo em pratos limpos...
Ô tucano, a enchente aconteceu primeiro no Rio Grande do Sul , depois em São Paulo. As vigas são da obra do Serra, com a mesma eficiência do Metro paulista que desabou na marginal Pinheiros. Vai querer mesmo assim a CPI ?
Pensando bem é melhor deixar prá lá, já tem muita CPI por aí, não é ?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O mito do muro


11/11/2009 Breno Altman São Paulo
O mito do muro
O noticiário internacional esteve marcado, nos últimos dias, pelas festividades comemorativas dos 20 anos da queda do Muro de Berlim. A maioria da imprensa celebrou o evento com galhardia. Trata-se, afinal, do símbolo mais emblemático da derrocada do socialismo e da possibilidade histórica de qualquer sistema distinto do capitalismo triunfante. A conjugação de uma incrível máquina de propaganda com o complexo de vira-lata comum aos perdedores foi capaz de atrair para essa comemoração amplos setores progressistas e de esquerda, que simplesmente mandaram às favas qualquer espírito crítico. Alguns porque honestamente concordam com a retórica sobre o muro maligno. Outros porque temem ser apontados como antidemocráticos e fora de moda. A submissão intelectual chega ao ponto de não se questionar sequer a legitimidade dos grandes agitadores contra a obra do mal.

Onde está a autoridade dos Estados Unidos e seus meios de comunicação? No muro da morte que separa seu território dos aliados mexicanos, matando por ano os 80 caídos durante três décadas na Berlim dividida? Na base de Guantánamo, onde centenas de muçulmanos estão presos sem o devido processo legal e são sistematicamente torturados? Ou teria a Europa ocidental mais credibilidade, com sua política discriminatória contra os imigrantes? Ou ainda Israel e os grupos sionistas, pródigos em adotar práticas de “pogrom” contra os palestinos? A lista de participantes desse festim é bastante longa, vários com muitas contas a acertar, e de cada qual deveria ser solicitado o devido atestado de idoneidade. Não é o caso, obviamente, de se justificar um pecado com outro, mas evitar comportamentos desprovidos de análise histórica.

Olhar ao lado de quem se está marchando já é um bom começo de reflexão. O Muro de Berlim costuma ser apresentado, pelos campeões da liberdade, como produto de um sistema político tirânico, cuja natureza seria a divisão dos povos e sua subordinação ao tacape de uma ideologia totalitária. Os fatos que lhe deram origem há muito foram subtraídos da informação cotidiana. Quando terminou a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em quatro zonas de influência, entre norte-americanos, ingleses, franceses e soviéticos. A capital histórica, Berlim, pertencente ao território controlado pelo Exército Vermelho, acabou igualmente repartida em áreas controladas pelos países vitoriosos.

Wolfgang Rattay/EFE/Pool Líderes reunidos: evento foi comemorado com galhardia, sem a devida análise histórica Reconstrução europeia Quem se der ao trabalho de ler as atas das conferências de Ialta, Potsdam e Teerã, se dará conta que Moscou era contrário a essa divisão. Sua proposta era dotar a Alemanha de um governo provisório, sem divisão do território, que organizasse em dois anos um processo eleitoral nacional. Os demais aliados, temerosos que o país caísse nas mãos dos comunistas, exigiram o modelo adotado. A União Soviética acatou, depois que viu garantido seu direito de hegemonia sobre os demais países fronteiriços, além de preservado seu controle militar sobre a antiga Prússia Oriental.

Em nome de sua política de segurança e da manutenção da aliança que derrotou o nazismo, abdicou de parte da sua influência na porção ocidental da Alemanha e do antigo Império Austro-Húngaro, apesar de os comunistas já serem maioria na Áustria. Outro compromisso que constava da agenda pós-guerra era a constituição de um fundo mundial para a reconstrução europeia. O papel principal, nesse trâmite, cabia aos Estados Unidos, a potência que menos havia sofrido com o esforço de combate, cuja economia havia sido vitaminada pelo conflito e dispunha de imensos recursos financeiros. Mas a vitória eleitoral dos comunistas na então Tchecoslováquia, seguida de resultados espetaculares na Itália e França, em 1946, provocou uma reviravolta. A Casa Branca decidiu-se por quebrar o pacto da reconstrução e inundar de financiamento apenas sua área de influência, dando origem ao Plano Marshall em 1947. Cerca de 140 bilhões de dólares, em valores atualizados, foram injetados no ocidente europeu.

Tinha início a chamada Guerra Fria, antecipada, em março de 1946, pelo famoso discurso de Winston Churchill em Fulton. A União Soviética, que havia arcado com um incalculável custo humano e material ao ser o grande vetor da vitória contra Hitler, passou a enfrentar uma outra guerra, financeira e de sabotagem, contra suas posições. Especialmente na Alemanha Oriental, constituída em 1949 como República Democrática da Alemanha. A estratégia norte-americana era roubar os melhores profissionais alemães, atrai-los a peso de ouro a partir de sua cabeça-de-ponte em Berlim Ocidental, que recebia aportes formidáveis para ser exibida como vitrine esplendorosa da pujança capitalista. A fuga de cérebros e braços asfixiava a jovem RDA, que pouco podia contar com a ajuda material soviética, pois estava o Kremlin às voltas com o dificílimo reerguimento do próprio país. Foram mais de 12 anos em uma batalha árdua e desigual.

A URSS tinha quebrado a máquina de guerra do nazismo, retesando cada músculo e cada nervo da nação, e se via diante de uma situação que poderia levar à desestabilização de suas fronteiras, exatamente a aposta maior da Casa Branca. Essa escalada teve seu desfecho no dia 13 de agosto de 1961, data inaugural do Muro de Berlim. Economia ferida O fluxo entre os dois países e as duas áreas da antiga capital foi militarmente interrompido e obstaculizado por uma construção que chegou a ter 66,5 km de redeamento metálico e murado. Famílias e amigos foram separados por quase 30 anos. Aprofundou-se a fratura entre ocidente e oriente na Europa.

Uma nação histórica foi dividida. Oitenta pessoas morreram e 142 ficaram feridas ao tentar ultrapassar o muro, finalmente derrubado em 1989. Sua construção foi um ato de guerra, mas de caráter defensivo. As hostilidades e operações de sabotagem, que impediram a permanência de uma Alemanha unida e a coexistência pacífica de dois sistemas, foram iniciadas pelas potências que romperam o acordo de paz, impondo ao leste europeu e socialista, com sua economia ferida pela guerra, um longo estado de exceção. Claro, havia outras alternativas.

A URSS e seus aliados poderiam, por exemplo, ter capitulado de antemão à ideia de desenvolver outro sistema de produção e poder, pois era essa tentativa dissidente o motivo da Guerra Fria. Afinal, não foi assim que tudo terminou, lá se vão 20 anos? Mas com seus erros e seus acertos, suas glórias e seus desastres, seus feitos e até seus crimes, o socialismo foi, durante gerações, a bandeira e o sonho de povos que aceitaram pagar com sacrifício, dor e sangue por um outro mundo possível. Teria sido impensável, se assim não fosse, a extraordinária vitória na guerra de trinta anos que vai da Revolução Russa à caída de Berlim nas mãos do Exército Vermelho, em 1945.

O muro de Berlim talvez tenha sido apenas a criatura disforme de um processo no qual seus protagonistas tiveram que enfrentar circunstâncias e teatros de batalha escolhidos, no fundamental, por inimigos poderosos. De certo modo foi, durante décadas, marco de resistência e de equilíbrio entre dois sistemas. Caiu quando a força propulsora de um dos lados já tinha se esgotado. O resto é a mitologia dos vencedores.

Breno Altman é jornalista e diretor de redação do Opera Mundi.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os companheiros Vira, Vira.

Muitos companheiros e companheiras que defendem a candidatura do própria do PT para Governador do Estado do Rio em 2010, não pensavam assim em 2004. Para eleger por exemplo os Prefeitos de Nova Iguaçú e Niterói, defenderam e fizeram a aliança 180º, a Arca de Noé, que ia do antigo PDS, atual Demo (Democrata) ao PC do B, com direito ao PPS e PSDB. No mesmo palanque, os “companheiros Marcelo Alencar e Cezar Maia”.

O que nos surpreende agora é que, passado apenas cinco anos , nesta escalada do partido e do Presidente Lula, para eleger Dilma, estas mesmas lideranças petistas estão encontrando nos nossos atuais aliados do Governo Federal um defeito aqui, uma contradição ali, está torto, não sei.

Desconhecem o fato que há exatos 15 anos o PT/ RJ, não vence uma eleição majoritária neste estado, seja para governador, senador ou prefeito da capital.
Nossa única vitória, foi a espetacular eleição de Benedita da Silva em 1994, sobre os já falecidos Nelson Carneiro e Arthur da Távola, com mais de um milhão de votos de frente em cada um.

Resultado que não foi suficiente, para os outrora contrários a candidatura própria para o Senado, derrotarem por apenas 9 votos , a possibilidade de uma candidata genuinamente petista, que detinha na época, o 1º lugar em todas as pesquisas, com 32% nas intenções de voto realizar a dobradinha com LULA aqui no Rio.

Fomos derrotados, tendo ainda o ridículo episódio da busca de cédulas no palácio episcopal, com a então candidata obtendo, 29% dos votos. Logo depois, o segmento sindical, deste partido, deixa a CUT.

Num recente debate de candidatos a presidente do Diretório Regional, nenhum fez o "mea culpa" sobre este episódio, lembrando que tanto naquela época, como agora, LUIS SERGIO , apoiava BENETITA DA SILVA.

Agora com Dilma mas sem Lula, os "profetas do otimismo" mudaram de novo, dizem que vamos disputar de "igual para igual", vamos vencer com a candidatura própria, embora o retrospecto em eleição majoritária seja o pior possível, sobre qualquer ângulo de observação.

Uma pergunta ainda está sem resposta. No caso de uma vitória aqui no Rio, governaríamos com quem ? Ou os otimistas estão prevendo também esmagadora vitória na Alerj ?

Estas bravatas, são bem conhecidas dos velhos petistas. Em 2006, mesmo sabendo que o ocupante do cargo tem preferência na indicação, realizaram uma prévia para presidente, dentro do argumento que era mais democrático.

Sem querer desqualificar, mas contra Lula, estiveram Edmilson Rodrigues, Cristovão Buarque e Suplicy, entre outros. Deu a lógica. Mas no Rio Grande do Sul, este mesmo processo, derrotou Olívio que perdeu a prévia para Tasso , que perdeu a eleição e a Prefeitura. E o PT virou legenda, 4ª força no estado e na capital.

Como diria Nelson Rodrigues (depois daquela vitória espetacular do Fluminense contra o Palmeiras, este flamenguista cita o ilustre tricolor)como diria Nelson Rodrigues, “os idiotas da objetividade” dirão que o tempo é outro, a eleição é outra, a situação é outra e não dá para comparar. Mas o resultado pode ser o mesmo.

Mas num terreno tão incerto, um pouco de bom senso, com umas pitadas de humildade, regado largamente a despreendimento pessoal até que cairia muito bem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Caíitano

celso para mim mostrar detalhes 6 nov (3 dias atrás)
Peguntado sobre aspectos da lei de incentivo à cultura, conhecida como Lei Rouanet, que promove o patrocínio de produções artísticas através de renúncia fiscal, Caetano tentou se esquivar ao declarar que se sentia inábil para analisá-la. "Não sou muito bom nesse negócio. Sou como umas moças que eram bonitas, apareciam nuas nos filmes e tinham de ter uma opinião política. Eu sou assim. Não sei se tem que mudar (as regras da lei). Mas repito: sou como aquelas moças. Não estudei direito."
Entendendo ou não sobre o assunto, em junho a empresária e ex-mulher do músico Paula Lavigne teria ligado para o também baiano e ministro da Cultura, Juca Ferreira, para pedir que o comitê responsável pela aprovação de incentivos da Lei Rouanet revogasse a decisão que negou ao projeto da turnê de Caetano Zii e Zie, que previa renúncias no valor de R$ 2 milhões, o direito de captar verbas com a iniciativa privada. Em 22 de junho, foi autorizado aos produtores de Caetano Veloso usarem os benefícios fiscais previstos na Lei Rouanet para bancar os shows. A informação foi publicada no Diário Oficial da União.
As informações são do Terra

domingo, 8 de novembro de 2009

A defesa da candidatura própria do PT

Em 2004, para eleger os Prefeitos de Nova Iguaçú e Niterói, fizemos a aliança 180º, que ia do atual Demo ao PC do B, com direito ao PPS e PSDB. Agora para eleger a Dilma, algumas lideranças petistas do nosso estado estão encontrando nos atuais aliados do Governo Federal um defeito aqui, uma contradição ali, está torto, não sei.

Há exatos 15 anos o PT/ RJ, não vence uma eleição majoritária neste estado.A última, foi a espetacular vitória de Benedita da Silva sobre os já falecidos Nelson Carneiro e Arthur da Távola.

Agora com Dilma mas sem Lula, vamos disputar de "igual para igual", vamos vencer , dizem os otimistas dos otimistas.

Uma pergunta ainda está sem resposta. No caso de uma vitória aqui no Rio, governaríamos com quem ? Ou os otimistas estão prevendo também uma maioria na Alerj ?

Uma aliança política pode ser celebrada no plano internacional ou no plano nacional. Em ambos os casos, podem-se encontrar componentes ideológicos, assim como meros interesses de conquistar mais poder ou dinheiro.
Nas
democracias ocidentais modernas, os partidos políticos são o canal por excelência para a celebração de alianças. Todavia, outras organizações da sociedade também são partes ativas no jogo político.
Exemplo arquetípico de aliança política foi a realizada pela
burguesia, pela plebe e pelo baixo clero, no curso da Revolução Francesa.
Na
história contemporânea, pode ser registrado, dentre tantos outros exemplos, o movimento brasileiro Diretas já, que reuniu diversos segmentos da sociedade na luta pela eleição direta para presidente.
Outra forma bastante comum de aliança política é a coligação eleitoral, em que dois ou mais partidos se unem para disputar eleições. Entretanto, é comum que se efetuem alianças políticas mesmo após as eleições, a fim de assegurar a
governabilidade, sobretudo nos sistemas parlamentaristas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder


Revista Veja
Capa - Personalidade do ano 2004
Lindberg Farias Ex-presidente da UNE, que liderou os estudantes contra Collor, ele venceu as eleições em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após iniciar a campanha em 3º lugar e virou uma das promessas políticas do PT
texto: Luís Edmundo Araújofotos: Leandro Pimentel

A poesia O Jovem e a Paz Caminham Juntos, escrita por Lindberg Farias aos 14 anos, era inspirada nas primeiras leituras do adolescente. Um dos versos mencionava “pombas brancas sobre o Kremlin e a Casa Branca” e o último afirmava que se Karl Marx fosse vivo diria: “Jovens de todo mundo, uni-vos”. “É das coisas mais ridículas da minha vida”, reconhece, entre risos, o prefeito eleito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Aos 34 anos, o deputado federal do PT se aliou a partidos como o PFL e o PP para vencer Mário Marques, do PMDB de Anthony Garotinho, com 57,74% dos votosno segundo turno. Seu futuro político pode ser medido pelas pala-vras do aliado César Maia. “Se passar pelo teste nessa prefeitura, Lindberg tem tudo para ser uma forte liderança estadual e até nacional”, diz o prefeito carioca.
Na sala do apartamento para onde se mudou há um ano e meio, com o intuito de disputar a eleição, o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) não exibe biografias da revolucionária Rosa Luxemburgo ou de Che Guevara. Os textos da adolescência foram substituídos por um relato da trajetória de Manoel Ferreira (PP), pas-tor da Assembléia de Deus, e obras de Eça de Queiroz e Marcel Proust. O socialismo sobrevive de maneira mais suave, num livro do fotógrafo cubano Alberto Korda. “O cara que queria a insurreição deu lugar a alguém que sabe que tem que dar um passo de cada vez”, explica o prefeito eleito.
Filho do médico Luiz Lindbergh Farias, vice-presidente da UNE em 1961, paraibano de João Pessoa, ele cresceu num ambiente de discussão política. O pai lhe contava suas experiências, mas não aprovou quando o filho se mudou para São Paulo, em 1991, ao ser eleito secretário-geral da entidade. “Ele disse que eu ia prejudicar os estudos, que o movimento estudantil não tinha mais força”, lembra Lindberg, que tirou o h do nome em 2000, aconselhado por uma numeróloga. Um ano depois, já presidente da UNE, o filho de Luiz Lindbergh liderou os estudantes no movimento dos cara-pintadas, que reuniu centenas de milhares de pessoas em manifestações pelo Brasil e ajudou a derrubar o presidente Fernando Collor.
Vieram, então, as primeiras gafes do líder estudantil ainda verde na política. Ao se reunir com o então presidente do Congresso, Mauro Benevides, em Brasília, Lindberg não sabia do costume da foto protocolar, tirada antes de encontros solenes. Na frente de dezenas de fotógrafos, o presidente da UNE apertou a mão do senador e, enquanto piscavam os flashes, tentou, sem sucesso, iniciar a conversa. “Fui falando, mas o senador ficava sorrindo e dizendo ‘muito bem, muito bem’”, lembra Lindberg.
O desconforto com as práticas políticas continuou durante o primeiro mandato como deputado federal, pelo PC do B, entre 1995 e 1998. O defensor do povo nas ruas como única solução chamava o Congresso de casa das elites e não perdia uma manifestação contra as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Na venda da Vale do Rio Doce, entrincheirou-se com 100 estudantes na Bolsa de Valores do Rio. No leilão das Teles, jogou pedra na polícia. Achava o máximo. “Me sentia o próprio Guevara”, afirma.Mas o momento era de tristeza. Em janeiro de 1995, Lindberg soube que o pai tinha câncer terminal. Até fevereiro de 1996, quando Luiz Lindbergh faleceu, trocou os fins de semana no Rio por idas a João Pessoa. Ficou deprimido e chegou a 100kg. “Achava que a vida tinha perdido o sentido”, conta. Um alento foi a notícia que recebeu no mesmo dia em que foi informado da doença do pai. Maria Antônia Goulart, 29, sua mulher, estava grávida de Luiz, 9.
Com a mulher, Maria Antônia, e o filho Luiz, de 9 anos. Ele soube da gravidez dela no mesmo dia em que foi informado do câncer de seu pai: “Achava que a vida tinha perdido o sentido”O casal se separou em 1999, mas se reconciliou em fevereiro deste ano. Maria Antônia levou Luiz para Belo Horizonte, mas Lindberg via o filho único todo fim de semana. Ou ia para Minas, ou Luiz viajava para o Rio. “O Lindberg não pára de beijar e abraçar o Luiz. Eu é que dou bronca, ele fica com a parte boa”, entrega Maria Antônia.
Derrotado na eleição de 1998, Lindberg ganhou tempo para recuperar a forma e os estudos. Pegava ônibus para o curso de Direito na PUC carioca (ele está a um ano de se formar), corria na Praia de Copacabana, fazia musculação e nadava. Em um ano, voltou aos atuais 87 kg e retomou a aparência que lhe rendeu o apelido de Lindinho e o assédio de boa parte do eleitorado feminino.
A maneira de ver a política também mudou. Filiado ao PSTU, dissidência do PT de extrema esquerda, Lindberg não aceitou coligações em 1998. Foi o sexto entre os candidatos do Rio para a Câmara Federal, com 73 mil votos, mas perdeu a vaga porque sua legenda não conseguiu o mínimo necessário de eleitores. Aproveitou a ocasião para reforçar o discurso radical. “Dizia: de que serve o Parlamento? O que vale é a luta nas ruas”, lembra.
Na eleição para vereador em 2000, ficou em 4o lugar, com 47 mil votos, e novamente de fora, mas dessa vez a reação foi diferente. “Não queria chegar aos 40 anos fazendo agitação em carro de som, fora do debate político.” Favorável ao apoio a Lula em 2002, Lindberg se transferiu para o PT quando os antigos correligionários lançaram candidatura própria a presidente. “No PSTU, estava abrindo mão de um papel que podia jogar”, afirma.
Voltou à Câmara em 2002 como vice-líder da bancada. Numa conversa com Lula e José Genoino, presidente da legenda, surgiu a idéia da candidatura em Nova Iguaçu, onde o PT nunca tinha sido forte. Eleito, após começar em 3º lugar, com 12% dos votos, surpreendeu o presi-dente. “O Lula me disse que vencer lá era projeto para 20 anos”, diz.
Ameaçado de morte algumas vezes na Baixada, tem andado com seguranças, o que não tira sua animação com futuros projetos. Quer explorar áreas verdes como o parque municipal, onde se exercita. Também pensa numa empresa de saneamento em parceria com a iniciativa privada, para se ver livre da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgotos), que, no passado, defendeu contra os planos de privatização do ex-governador Marcello Alencar (1995-1998).
Aliado de Lindberg na última campanha, Marcello ouviu dele um mea culpa. “Ele me confessou que hoje pensa como eu. Ele está mudado. É talentoso e carismático pra burro”, diz o ex-governador. As mudanças, segundo o prefeito eleito, não são tão gritantes. Se houvesse a chance de uma revolução no Brasil, ele garante, largava tudo e entrava. “Mas essa bandeira não é real. Dizem que de revolucionário passei a reformista. É isso mesmo. É com reformas que conseguiremos avançar.”

Parece que as duas vitórias de Lula, refinaram o paladar de alguns petistas. No passado engolíamos qualquer sapo, hoje estão mais apurados e seletivos. Não sentam em qualquer mesa e não vão a qualquer lugar. Novos velhos tempos. Novas velhas lideranças

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Intervalo

Este blog deu um tempo na semana passada devido aos compromissos do PED do PT, o feriado de dois de Novembro e claro a nossa viagem para Cabo Frio, que "acertamos na mosca", pois dizem que chove apenas dois dias por ano na cidade da costa azul. Choveu todos os dias da nossa estada. Mas o mar continua incomparável.

União deve comandar a luta contra o narcotráfico

União deve comandar a luta contra o narcotráfico

Era totalmente previsível a derrubada de um helicóptero da Policia Militar do Rio de Janeiro pelos traficantes e seus “soldados” com livre acesso a armamento pesado.
Aliás, o equipamento vinha sendo utilizado de forma irresponsável e puramente como ferramenta de marketing pelas autoridades, incentivadas pela mídia, a começar pela Rede Globo, que o apresentava em programas cantando as excelências do uso dos helicópteros para “perseguir e matar” (sic) suspeitos e não para transporte, observação e monitoramento.
Tudo era uma questão de tempo, decisão ou iniciativa própria de algum comando local. A derrubada do helicóptero aconteceu agora, mas poderia ter acontecido antes.
Fica a lição, mais uma, da inadequada estratégia ou falta dela para o enfrentamento da questão do narcotráfico e o combate ao crime organizado, no Rio e no resto do país.
As autoridades e o comando militar subestimaram a audácia e a capacidade dos chefes ou dos comandos locais.

Partiam do princípio que os traficantes não ousariam, pelo risco do nível de resposta da policia, derrubar um helicóptero da corporação.
O que revela que ainda existe, entre o crime e a polícia, um campo de convivência ou de suposta não beligerância, totalmente equivocado.
Para além das medidas sociais e econômicas necessárias, que estão sendo tomadas e que só terão efeitos em médio prazo, a questão do crime organizado e do narcotráfico não pode ficar na esfera do município, ainda que ele possa ter uma policia própria e deva ter.
Nem na esfera do Estado, responsável, segundo a Constituição de 1988, pela segurança publica, prevenção e repressão (funções da Polícia Militar) e pela investigação, inquérito e por ser policia judiciária (obrigações da Policia Civil).

É evidente que, mais de vinte anos depois, essa engenharia constitucional e esse desenho da organização policial não têm como enfrentar o crime e o narcotráfico.
Apesar do apoio político, financeiro, em inteligência e equipamentos, e mesmo militar, com a Forca Nacional ou mesmo com as Forças Armadas, o governo federal ainda não se convenceu plenamente de sua responsabilidade e, portanto, não tomou as medidas adequadas para cumprir com sua obrigação constitucional e administrativa de combater o narcotráfico.

Mais do que isso, não houve um convencimento da União de que, sem sua participação, não haverá um avanço nessa área.
Isso apesar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), dos programas sociais, do aumento do emprego e da renda, dos avanços na educação.
São ações e medidas que teriam e mesmo que têm seu efeito em comunidades, cidades e bairros onde o crime organizado ainda de fato não substituiu o Estado.

O crime organizado envolve o contrabando de armas, o trafico de drogas, sua produção e refino, além da venda e do transporte em maior escala, sua importação e exportação, a lavagem do dinheiro, a corrupção e o trafico de influências, a captura e a cooptação, quando não mesmo a indicação e eleição de juízes, delegados, parlamentares e chefes de Executivo, bem como a montagem de empregas e o recrutamento de membros para as organizações criminosas.

É evidente que, sem um organismo nacional de direção e comando para a luta contra o crime organizado, não iremos a nenhum lugar.
Ou pior, vamos sacrificar vidas e recursos em vão. Lembrando ainda que falta também uma maior articulação e colaboração a nível internacional.
Precisamos nos convencer que o crime organizado e o narcotráfico são nacionais e que, portanto, só uma estratégia e um comando nacional podem combatê-los.
É necessário um organismo de inteligência e direção direta na luta contra o narcotráfico e o crime, ainda que tenhamos que mudar a Constituição.

É preciso uma autoridade nacional que coordene e supervisione esse enfrentamento. Devemos assumir que a questão é nacional e de responsabilidade do governo federal, em articulação com os Estados e Municípios, mas também no comando.
Caso contrário, não vamos, apesar de todo o apoio que o governo tem dado ao Rio de Janeiro e a outros Estados, avançar nesta luta, difícil e de longo prazo, contra o crime organizado.

José Dirceu, 63, é advogado e ex-ministro da Casa Civil