quinta-feira, 3 de maio de 2012

Defensoria entra na Briga da Mobilidade Urbana

PublicidadeTravessia Rio-Niterói toma o rumo da JustiçaDefensor público quer reunir concessionárias de rodovias, prefeituras e Polícia Rodoviária para reduzir engarrafamentosIsabel AraújoPaulo Roberto AraújoPublicado:10/12/11 - 17h15Atualizado:10/12/11 - 17h27Comentários: 7Envios por mail: 1Engarrafamento na Av. do Contorno, em Niterói, um dos acessos da Ponte Rio-NiteróiMárcia Foletto / Agência O GloboRIO - A rotina de engarrafamentos no trajeto casa-trabalho de todo morador de Niterói e cidades vizinhas que bate ponto do outro lado da Baía ganhou um inimigo de peso. O defensor público federal André da Silva Ordacgy vai convocar, na segunda-feira, a concessionária Autopista Fluminense, que administra a BR-101-Norte, o grupo CCR, responsável pela Ponte Rio-Niterói, as prefeituras do Rio e de Niterói e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para exigir que esses órgãos, através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), busquem uma alternativa para minimizar os transtornos diários na travessia Rio-Niterói. Veja tambémVeja galeriaO trânsito na Ponte Rio-NiteróiNiteroiense que trabalha no Rio, Ordacgy já tinha condicionado à sua rotina uma antecipação de 50 minutos para lidar com as retenções que marcam o ritmo da travessia pela Ponte Rio-Niterói. No último mês, o cenário ficou ainda pior: a obra de revitalização do Porto Maravilha, na Praça Mauá, aumentou o gargalo na descida da ponte do lado do Rio e, em Niterói, as obras do mergulhão na Avenida Marquês de Paraná, no Centro, contribuíram para um nó na saída da cidade. O resultado foi um acréscimo de uma hora para percorrer o mesmo percurso. Passam pela ponte, nos dois sentidos, 150 mil veículos/dia.— Por causa do engarrafamento na ponte, gastei duas horas e meia entre a praia de Botafogo e o Centro de Niterói. Este suplício vai aumentar nas sextas-feiras dos fins de semana ensolarados do verão — diz a comerciante Tatiana Fagundes.Única alternativa à ponte, o sistema hidroviário também sofreu reflexos das obras na Praça Mauá e passou a receber, no último mês, a demanda de motoristas que desistiram de atravessar a baía de carro. Esta parcela representa, segundo a concessionária Barcas S/A, cerca de 16 mil novos usuários (20% a mais), entre os quais está o defensor público.Já no seu primeiro dia sem carro, Ordacgy tomou um susto ao chegar à Estação Arariboia, no Centro de Niterói:— Desci do ônibus e já encontrei a fila das barcas quase na altura do Plaza Shopping — a 200 metros da estação. Esperei 30 minutos para entrar no saguão das barcas, outros 20 para fazer a travessia. Uma nova maratona me aguardava.O que foi uma desagradável surpresa para o defensor já era familiar a outros 96 mil usuários das Barcas S/A. A diferença é que ele tem poder de atuação e, na última quarta-feira, fez uma vistoria nos acessos à Ponte Rio-Niterói para concluir um procedimento na Defensoria da União. O defensor ficou incomodado com a falta de policiamento, que deveria ser feito pela PRF, e com qualquer sinal de plano de contingência para casos de emergência nos acessos à ponte, sobretudo na Avenida do Contorno, um conhecido gargalo da região.— A Defensoria vai convocar todos os envolvidos para uma solução extrajudicial. Em último caso, vamos ajuizar uma ação civil pública na Justiça Federal, pleiteando-se uma liminar para que todos cumpram suas responsabilidades — disse o defensor.O movimento da ponte aumenta 1,5% a cada ano. O diretor de operações da Ponte S/A, João Daniel Marques, confirma que o maior problema são os acessos:— A Avenida do Contorno é o maior gargalo, seguido pelo acesso pela Marquês do Paraná. No retorno, o nó acontece no acesso à Avenida do Brasil, e agora lidamos com o fechamento do acesso da Perimetral à Praça Mauá.Marques diz ainda que o projeto executivo de construção de uma alça que ligará a Ponte à Linha Vermelha está pronto, e a obra, orçada em R$ 150 milhões, aguarda o aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).A ANTT informa que as obras da Avenida do Contorno dependem da desapropriação de parte do terreno do Cemitério de Maruí pela prefeitura de Niterói. O projeto, que já conta com licença ambiental, foi alterado para não ocupar áreas dos estaleiros ao longo da estrada. O prefeito da cidade, Jorge Roberto Silveira, se diz defensor do projeto:— Nós somos os maiores interessados na duplicação.Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/travessia-rio-niteroi-toma-rumo-da-justica-3425523#ixzz1gSWSNKrF© 1996 - 2011. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
|   Brasília, 3 de maio de 2012
E nós juntos e misturados , é  mole ?
Enviado por Ricardo Noblat -
02.05.2012
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09h45m
Política

Cabral quis ser chique, foi brega; por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo
Vergonha, essa é a sensação que resulta dos vídeos das vilegiaturas parisienses do governador Sérgio Cabral em 2009, acompanhado por alguns secretários e pelo empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta.
Uma cena pode ser vista com o olhar do casal que está numa mesa ao fundo do salão do restaurante Louis XV, no Hotel de France, em Mônaco. (“Este é o melhor Alain Ducasse do mundo”, diz Cabral, referindo-se ao chef.)
Ela é uma senhora loura e veste um pretinho básico. A certa altura, ouve uma cantoria na mesa redonda onde há oito pessoas. Admita-se que ela entende português. O grupo comemora o aniversário de Adriana Ancelmo, a mulher de Cabral, e festeja o próximo casamento de Fernando Cavendish.
Até aí, tudo bem, é vulgar puxar celulares no Louis XV e chega a ser brega filmar a cena, mas, afinal, é noite de festa. A certa altura, marcado o dia do casamento, Cabral decide dirigir a cena:
“Então, dá um beijo na boca, vocês dois.”
Cavendish vai para seu momento Clark Gable e o governador diz à mulher do empreiteiro:
“Abre essa boca aí.”
As cenas foram filmadas por dois celulares. Um deles era o do dono da Delta.
Na mesma viagem, Cavendish, o empresário George Sadala, seu vizinho de Avenida Vieira Souto e concessionário do Poupatempo no Rio e em Minas, mais os secretários de Saúde e de Governo do Rio (Sérgio Cortes e Wilson Carlos), estão no restaurante do Hotel Ritz de Paris.


Até aí, tudo bem, pois o empreiteiro tinha bala para segurar a conta. Pelas expressões, estão embriagados. Fora do expediente, nada demais. Inexplicáveis, nessa cena, são os guardanapos que todos amarraram na cabeça. Ganha uma viagem a Dubai quem tiver uma explicação para o adereço.
O álbum fecha com a fotografia de quatro senhoras gargalhantes, no meio da rua, mostrando as solas de seus stilettos (duas vermelhas). Exibem como troféus os calçados de Christian Louboutin.


Nos pés de Victoria Beckham (38 anos) ou de Lady Gaga (26 anos), eles têm a sua graça, mas tornaram-se adereços que, por manjados, tangenciam a vulgaridade. Não é à toa que Louboutin desenhou os modelos das dançarinas (topless) do cabaret Crazy Horse.
As cenas constrangem quem as vê pela breguice. Até hoje o ex-presidente José Sarney é obrigado a explicar a limusine branca de noiva tailandesa com que se locomoveu numa de suas viagens a Nova York. (Não foi ele quem mandou alugar o modelo.)
A doutora Dilma explicou que não foi ela quem mandou fechar o Taj Mahal. No caso das vilegiaturas de Cabral, a breguice não partiu dos organizadores da viagem, mas da conduta dele, de seus secretários e do amigo empreiteiro.
Esse tipo de deslumbramento teve no governador um exemplo documentado, mas faz parte do primarismo dos novíssimos ricos do Brasil emergente.
Noutra ponta dessa classe está o senador Demóstenes Torres, comprando cinco garrafas de vinho Cheval Blanc, safra de 1947: “Mete o pau aí. Para muitos é o melhor vinho do mundo, de todos os tempos (...) Passa o cartão do nosso amigo aí, depois a gente vê.”
O amigo do cartão era Carlinhos Cachoeira, que, por sua vez, também era amigo da empreiteira Delta, de Cavendish.

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