domingo, 28 de agosto de 2011

Bonde de Santa Teresa, relatório do Crea-RJ







Eis a conclusão do Relatório do Crea-RJ , sobre o acidente com o Bonde de S. Teresa.

Conclusão:
Após a análise dos depoimentos, projeto e vistoria nas oficinas dos Bondes em Santa
Teresa a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do CREA/RJ conclui:
1. Houve um grave erro no projeto desenvolvido pela TTRANS quanto a localização
da caixa de fibra de vidro onde estão instalados os componentes do Sistema de
freios projetados e fornecidos pela Empresa KNORR-BREMSE Sistemas para
Veículos Ferroviários, chamado comercialmente por KBR11. A caixa foi colocada
na parte lateral da estrutura do Bonde em uma posição onde qualquer acidente por
impacto ou outra degradação na sua estrutura, por menor que fosse, poderia fazer
com que se perdesse a operacionalidade do sistema de freios. Concluiu a Comissão
que se um sistema de freios é componente crucial para a parada de um veículo
pesado, como a caso dos Bondes, o mesmo deve estar completamente protegido
contra colisões, degradações ou outras influências ou ocorrências que possam levar
ao acidente. Como era de conhecimento da Empresa projetista do novo Bonde, o
veículo trafega em ladeiras com grande inclinação, ruas estreitas e com grande
desordem no trânsito, o que aumenta a responsabilidade sobre a confiabilidade do
sistema de freios, incluindo a localização de suas partes, alem da sua eficiência e
previsão de acionamentos redundantes em caso de falhas.
2. O governo municipal deve viabilizar um projeto que acabe imediatamente com a
desordem urbana em Santa Teresa, fazendo com que se respeitem as características
do bairro, mantendo as ruas livres para a circulação segura dos Bondes e
transeuntes. As ruas devem ter marcações em seu piso com os limites para
estacionamentos de veículos, e fiscalização do cumprimento das normas de
segurança a serem implementadas.
3. A grande confusão urbana em que se transformou Santa Teresa, onde carros
estacionam em qualquer lugar, o aumento desordenado da população e a permissão
de tráfego de veículos com capacidade questionável, contribuiu e continuará
contribuindo para novos acidentes, caso não se entenda que o Bonde sempre foi e
deve continuar sendo, não o único, mas o principal meio de transporte da população
do Bairro, e continuar sendo um patrimônio cultural do povo do Rio de Janeiro.
4. A CAPA conclui, com relação ao acidente, que os novos bondes fabricados pela
TTRANS, não deveriam circular até que o projeto seja reavaliado, e todas as
possibilidades de danos estruturais de seus sistemas estejam reexaminados quanto a
confiabilidade e análise de riscos. A CAPA sugere que antes da liberação do
projeto, seja instituída uma Comissão Técnica Independente que elabore um Laudo
Pericial das condições de segurança do bonde e seus sistemas mecânicos, com ART
no CREA RJ, como parte da aprovação final do projeto e da construção dos
equipamentos.
5. Por fim, considerando o Art. 138 do Regimento do Crea-RJ a Comissão de Análise
e Prevenção de Acidentes, encaminha o processo à Presidência deste Conselho
para que seja encaminhado ao Plenário do Crea-RJ, visando sua manifestação e
providências, que julgar cabíveis.
Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2010
Membros da CAPA/2009 e Convidado
Coordenador:
Arquiteto Fernando Bandeira de Mello da Silva
Conselheiro Regional – Efetivo:
Engenheiro Mecânico e de Segurança do
Trabalho e Engenheiro de Operação-Mecânica
Luiz Carlos Roma Paumgartten
Conselheiro Regional - Efetivo:
Engenheiro de Segurança do Trabalho,
Mecânico e de Operação-Fabricação Mecânica
Paulo Roberto Sad da Silva
Conselheiro Regional (Convidado)
Engenheiro Eletricista e de Segurança do
Trabalho Luiz Antonio Cosenza – 1º Vice-
Presidente do Crea-RJ.

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