domingo, 8 de novembro de 2009

A defesa da candidatura própria do PT

Em 2004, para eleger os Prefeitos de Nova Iguaçú e Niterói, fizemos a aliança 180º, que ia do atual Demo ao PC do B, com direito ao PPS e PSDB. Agora para eleger a Dilma, algumas lideranças petistas do nosso estado estão encontrando nos atuais aliados do Governo Federal um defeito aqui, uma contradição ali, está torto, não sei.

Há exatos 15 anos o PT/ RJ, não vence uma eleição majoritária neste estado.A última, foi a espetacular vitória de Benedita da Silva sobre os já falecidos Nelson Carneiro e Arthur da Távola.

Agora com Dilma mas sem Lula, vamos disputar de "igual para igual", vamos vencer , dizem os otimistas dos otimistas.

Uma pergunta ainda está sem resposta. No caso de uma vitória aqui no Rio, governaríamos com quem ? Ou os otimistas estão prevendo também uma maioria na Alerj ?

Uma aliança política pode ser celebrada no plano internacional ou no plano nacional. Em ambos os casos, podem-se encontrar componentes ideológicos, assim como meros interesses de conquistar mais poder ou dinheiro.
Nas
democracias ocidentais modernas, os partidos políticos são o canal por excelência para a celebração de alianças. Todavia, outras organizações da sociedade também são partes ativas no jogo político.
Exemplo arquetípico de aliança política foi a realizada pela
burguesia, pela plebe e pelo baixo clero, no curso da Revolução Francesa.
Na
história contemporânea, pode ser registrado, dentre tantos outros exemplos, o movimento brasileiro Diretas já, que reuniu diversos segmentos da sociedade na luta pela eleição direta para presidente.
Outra forma bastante comum de aliança política é a coligação eleitoral, em que dois ou mais partidos se unem para disputar eleições. Entretanto, é comum que se efetuem alianças políticas mesmo após as eleições, a fim de assegurar a
governabilidade, sobretudo nos sistemas parlamentaristas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder


Revista Veja
Capa - Personalidade do ano 2004
Lindberg Farias Ex-presidente da UNE, que liderou os estudantes contra Collor, ele venceu as eleições em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após iniciar a campanha em 3º lugar e virou uma das promessas políticas do PT
texto: Luís Edmundo Araújofotos: Leandro Pimentel

A poesia O Jovem e a Paz Caminham Juntos, escrita por Lindberg Farias aos 14 anos, era inspirada nas primeiras leituras do adolescente. Um dos versos mencionava “pombas brancas sobre o Kremlin e a Casa Branca” e o último afirmava que se Karl Marx fosse vivo diria: “Jovens de todo mundo, uni-vos”. “É das coisas mais ridículas da minha vida”, reconhece, entre risos, o prefeito eleito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Aos 34 anos, o deputado federal do PT se aliou a partidos como o PFL e o PP para vencer Mário Marques, do PMDB de Anthony Garotinho, com 57,74% dos votosno segundo turno. Seu futuro político pode ser medido pelas pala-vras do aliado César Maia. “Se passar pelo teste nessa prefeitura, Lindberg tem tudo para ser uma forte liderança estadual e até nacional”, diz o prefeito carioca.
Na sala do apartamento para onde se mudou há um ano e meio, com o intuito de disputar a eleição, o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) não exibe biografias da revolucionária Rosa Luxemburgo ou de Che Guevara. Os textos da adolescência foram substituídos por um relato da trajetória de Manoel Ferreira (PP), pas-tor da Assembléia de Deus, e obras de Eça de Queiroz e Marcel Proust. O socialismo sobrevive de maneira mais suave, num livro do fotógrafo cubano Alberto Korda. “O cara que queria a insurreição deu lugar a alguém que sabe que tem que dar um passo de cada vez”, explica o prefeito eleito.
Filho do médico Luiz Lindbergh Farias, vice-presidente da UNE em 1961, paraibano de João Pessoa, ele cresceu num ambiente de discussão política. O pai lhe contava suas experiências, mas não aprovou quando o filho se mudou para São Paulo, em 1991, ao ser eleito secretário-geral da entidade. “Ele disse que eu ia prejudicar os estudos, que o movimento estudantil não tinha mais força”, lembra Lindberg, que tirou o h do nome em 2000, aconselhado por uma numeróloga. Um ano depois, já presidente da UNE, o filho de Luiz Lindbergh liderou os estudantes no movimento dos cara-pintadas, que reuniu centenas de milhares de pessoas em manifestações pelo Brasil e ajudou a derrubar o presidente Fernando Collor.
Vieram, então, as primeiras gafes do líder estudantil ainda verde na política. Ao se reunir com o então presidente do Congresso, Mauro Benevides, em Brasília, Lindberg não sabia do costume da foto protocolar, tirada antes de encontros solenes. Na frente de dezenas de fotógrafos, o presidente da UNE apertou a mão do senador e, enquanto piscavam os flashes, tentou, sem sucesso, iniciar a conversa. “Fui falando, mas o senador ficava sorrindo e dizendo ‘muito bem, muito bem’”, lembra Lindberg.
O desconforto com as práticas políticas continuou durante o primeiro mandato como deputado federal, pelo PC do B, entre 1995 e 1998. O defensor do povo nas ruas como única solução chamava o Congresso de casa das elites e não perdia uma manifestação contra as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Na venda da Vale do Rio Doce, entrincheirou-se com 100 estudantes na Bolsa de Valores do Rio. No leilão das Teles, jogou pedra na polícia. Achava o máximo. “Me sentia o próprio Guevara”, afirma.Mas o momento era de tristeza. Em janeiro de 1995, Lindberg soube que o pai tinha câncer terminal. Até fevereiro de 1996, quando Luiz Lindbergh faleceu, trocou os fins de semana no Rio por idas a João Pessoa. Ficou deprimido e chegou a 100kg. “Achava que a vida tinha perdido o sentido”, conta. Um alento foi a notícia que recebeu no mesmo dia em que foi informado da doença do pai. Maria Antônia Goulart, 29, sua mulher, estava grávida de Luiz, 9.
Com a mulher, Maria Antônia, e o filho Luiz, de 9 anos. Ele soube da gravidez dela no mesmo dia em que foi informado do câncer de seu pai: “Achava que a vida tinha perdido o sentido”O casal se separou em 1999, mas se reconciliou em fevereiro deste ano. Maria Antônia levou Luiz para Belo Horizonte, mas Lindberg via o filho único todo fim de semana. Ou ia para Minas, ou Luiz viajava para o Rio. “O Lindberg não pára de beijar e abraçar o Luiz. Eu é que dou bronca, ele fica com a parte boa”, entrega Maria Antônia.
Derrotado na eleição de 1998, Lindberg ganhou tempo para recuperar a forma e os estudos. Pegava ônibus para o curso de Direito na PUC carioca (ele está a um ano de se formar), corria na Praia de Copacabana, fazia musculação e nadava. Em um ano, voltou aos atuais 87 kg e retomou a aparência que lhe rendeu o apelido de Lindinho e o assédio de boa parte do eleitorado feminino.
A maneira de ver a política também mudou. Filiado ao PSTU, dissidência do PT de extrema esquerda, Lindberg não aceitou coligações em 1998. Foi o sexto entre os candidatos do Rio para a Câmara Federal, com 73 mil votos, mas perdeu a vaga porque sua legenda não conseguiu o mínimo necessário de eleitores. Aproveitou a ocasião para reforçar o discurso radical. “Dizia: de que serve o Parlamento? O que vale é a luta nas ruas”, lembra.
Na eleição para vereador em 2000, ficou em 4o lugar, com 47 mil votos, e novamente de fora, mas dessa vez a reação foi diferente. “Não queria chegar aos 40 anos fazendo agitação em carro de som, fora do debate político.” Favorável ao apoio a Lula em 2002, Lindberg se transferiu para o PT quando os antigos correligionários lançaram candidatura própria a presidente. “No PSTU, estava abrindo mão de um papel que podia jogar”, afirma.
Voltou à Câmara em 2002 como vice-líder da bancada. Numa conversa com Lula e José Genoino, presidente da legenda, surgiu a idéia da candidatura em Nova Iguaçu, onde o PT nunca tinha sido forte. Eleito, após começar em 3º lugar, com 12% dos votos, surpreendeu o presi-dente. “O Lula me disse que vencer lá era projeto para 20 anos”, diz.
Ameaçado de morte algumas vezes na Baixada, tem andado com seguranças, o que não tira sua animação com futuros projetos. Quer explorar áreas verdes como o parque municipal, onde se exercita. Também pensa numa empresa de saneamento em parceria com a iniciativa privada, para se ver livre da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgotos), que, no passado, defendeu contra os planos de privatização do ex-governador Marcello Alencar (1995-1998).
Aliado de Lindberg na última campanha, Marcello ouviu dele um mea culpa. “Ele me confessou que hoje pensa como eu. Ele está mudado. É talentoso e carismático pra burro”, diz o ex-governador. As mudanças, segundo o prefeito eleito, não são tão gritantes. Se houvesse a chance de uma revolução no Brasil, ele garante, largava tudo e entrava. “Mas essa bandeira não é real. Dizem que de revolucionário passei a reformista. É isso mesmo. É com reformas que conseguiremos avançar.”

Parece que as duas vitórias de Lula, refinaram o paladar de alguns petistas. No passado engolíamos qualquer sapo, hoje estão mais apurados e seletivos. Não sentam em qualquer mesa e não vão a qualquer lugar. Novos velhos tempos. Novas velhas lideranças

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