segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Em 1994, eu estava convalescendo de uma cirurgia de varizes nas duas pernas. Devido a minha imobilidade, contratamos a D. Maria, senhora muito educada, pontual e caprichosa. Religiosa, era uma evangélica muito firme nas suas convicções. Não ligava para comida, mas adorava doce. Eu morava numa casa de vila em Niterói, e nesta época, mesmo sem ter crianças em casa, ganhava uns saquinhos de Cosme e Damião. Naquele ano sabendo das preferências d. Maria por doces, deixei com elas os saquinhos que ganhara, passou um dia, outro ela nem tocou, sequer abriu. Soube que devido a sua religião, não consumiria doces da Umbanda nem morta. Comemos os doces, e ficaram umas mariolas deliciosas. Já havia passado um mês e as mariolas lá. Um dia após o almoço, ofereci as mariolas perdidas há um mês na geladeira para D. Maria omitindo no entanto a sua procedência. Ela não só aceitou como pediu para comer as últimas, declarando que estavam deliciosas.
Aí falei para D. Maria que as mariolas eram de Cosme Damião. D. Maria passou mal, forçando o vômito, começou a bradar: O SANGUE DE JESUS TEM PODER, O SANGUE DE JESUS TEM PODER, O SANGUE DE JESUS TEM PODER.
Ela ficou zangada comigo por uns tempos, mas depois seu enorme coração me perdoou.
Por essas e outras eu acho que não vou pro céu...
 

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