segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Parar de fumar

Minha decisão de parar de fumar , aconteceu no dia 19 de setembro de 2005, eu integrava uma delegação na abertura da 1ª Niterói Fenashore, com a presença do Presidente Lula e esqueci o meu cigarro no carro, a segurança da Presidência não permitia que quem saísse retornase. Diante da dificuldade, resolvi parar de fumar. Mas fiz uma besteira, que todos fazem, na volta ao carro, dei para o motorista os dois maços de cartoon e um isqueiro. 

A partir daí , minha primeira providência foi não comentar com ninguém, pois todas as noticias associadas a este desafio são negativas. - Parou de fumar, mas mesmo assim morreu de enfisema - parou de fumar, mas teve de amputar a perna. 

É inconsciente, as pessoas comentam os casos mais bizarros e se esquecem da pessoa que está travando esta batalha contra o vício, nem mesmo pergunta como você está passando.

Parei de fumar na 1ª tentativa. Não adotei substitutos como bala, chicletes ou adesivos.

Outra providência foi trocar de marcas de cigarro sistematicamente. Você se acostuma ao paladar da sua marca, seu cérebro já antevê o paladar no momento que você acende o cigarro. Ao trocar as marcas , você ocasiona uma frustração com o paladar não satisfeito.

Acendia um cigarro dava uma tragada caprichada e depois apagava. Todo fumante é possessivo quanto o cigarro que está nos seus dedos ou na sua boca. Se você acende, traga e descarta, é uma vitória, pois o fumante tem que dar o "último trago naquele cigarro". Ao jogar fora um cigarro inteiro, você que fraquejou conseguiu se recuperar e se recompor, mesmo que após uma tragada.

Colocava o cigarro e o isqueiro separados, pois o fumo pelo impulso é muito forte. Você erra num cálculo, ou vai retomar um texto, se você fuma, antes de voltar à tarefa, você acenderá um cigarro, mas se ambos estiverem em locais distintos, você terá uma chance de refletir e não ceder ao impulso de fumar.

Eu anotava a hora e o dia que comprava o maço. No maço posterior, anotava as horas que durou o maço anterior, o que me permitia fazer um “balanço” durante o dia se aquele maço duraria mais ou menos que o anterior e tentava superar a marca, mais tempo e menos cigarro.

Parei de tomar cafezinho. Café tem um paladar, cigarro tem outro paladar, mas um cigarro após um cafezinho tem um terceiro paladar, incomparável e na minha opinião imbatível. Para quem nunca fumou, é comparável ao paladar do queijo, da goiabada, mas a goiabada com queijo é um terceiro paladar.

Nas minhas crises, cheguei a botar na boca pequenos fragmentos de fumo que retirava de um cigarro. O gosto é amargo e nojento. É muito difícil que você coloque um cigarro na boca após provar um gosto amargo desses.

Cheguei a cheirar uns cinzeiros sujos com cinza, que também tem uma murrinha muito desgradável.

No mês de setembro , dia 19 serão sete anos sem fumar. Nem cigarro “natural” eu fumo.
Fumar é muito bom, mas parar de fumar é muito melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário. Este é um espaço livre!