quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O COMPLEXO DE VIRA LATA

O artigo do nosso prefeito de Osasco, responde ao "petismo com pessimismo" que observo há décadas no nosso PT. Algo que Nelson Rodrigues escreveu sobre a incapacidade do futebol brasileiro assumir a sua condição de melhor do mundo. que redundou nas derrotas no Maracanã em 50 e na Suíça em 54 : O COMPLEXO DE VIRA LATA.

Penso eu, que o o nosso PT, o PT de Lula, deve assumir a posição de partido hegemônico na política nacional em todas as regiões do nosso país. Sem desejar fazer uma redução abrupta do MACRO para o micro, o artigo fundamenta as rasões do meu incomformismo , com a posição por exemplo dos meus companheiros do PT de Nietrói, dos dois lados, onde estamos entrando pela porta da cozinha no governo por um lado, ou fazendo oposição sem qualidade e conteúdo pelo outro.

E também no PT estadual, onde a nossa importância só é reconhecida pelo Governador e seus pares, na figura do Presidente Lula. O PT fluminense não soube se impor , como o partido responsável pelo maior ciclo de investimento na história do estado, seja na indústria, no transporte, na saúde, na educação, na assistência social, na segurança, etc.

O Artigo de Emídio de Souza, faz-nos refletir sobre este COMPLEXO DE VIRA LATA , que passa por alguns petistas nas crises do nosso partido. A seguir o artigo:


04/09/2009 11:13


Por Emidio de Souza

-->Nada de novo nestas três décadas de sua existência, o PT já recebeu incontáveis sentenças de morte. Na sua primeira infância por parte de muitos que, honestamente, viam no PMDB o desaguadouro natural das lutas democráticas. Não faltaram os que, no campo da esquerda, questionavam sua essência e ainda os que reivindicavam um realinhamento junto ao trabalhismo histórico.


Foi execrado quando negou o colégio eleitoral e afastou os que aderiram, quando não assinou a constituição e quando não apoiou o Plano Cruzado. A certeza da sua consolidação só veio com a força da militância na campanha de Lula contra Collor em 1989 e ironicamente coincidiu com o momento de maior baixa no ideário socialista que foi a queda do muro de Berlim.Não foram mais amenos os anos 90 e o início deste século, até a vitória de Lula em 2002.

Do combate as privatizações à construção de alianças. Do avanço na formulação política até transformar-se em um dos principais partidos de esquerda do mundo; nossa trajetória nunca foi feita sem dores e perdas.Muitos dos nossos não suportaram as cobranças da mídia nem o peso de se construir um novo paradigma de luta social e política. Não conseguiram em momentos de crise, enxergar ao longe, o país melhor que propúnhamos construir, vergaram sob o peso da luta ideológica que muitas vezes se ocultava sob o manto de uma falsa ética ou do “fim da história” como se pregava no início dos anos 90.Muitos hoje são nossos aliados, mudaram de partido, mas não de lado. E outros optaram por servir aqueles que nós nascemos para combater.

Nada de novo, portanto, quando abrimos jornais ou revistas, blogs ou TVs e assistimos a enxurrada de críticas a Lula mesmo com sua justificada aprovação ao seu governo. Alguns chegam a assumir descaradamente o papel de partidos de oposição e até expressar um incontido desejo de “fim do PT” ou da “Era Lula”. Escalam seus teóricos e leitores de pesquisas, seus analistas de mercado e cientistas políticos para dar suporte às suas idéias.A elite brasileira a quem boa parte da mídia serve e se serve não nos tolera. Só não foram em frente no impeachment de Lula em 2005 porque não tiveram apoio político e social para tanto.

Nos acusaram de querer o 3º mandato, mas silenciaram quando Genoíno deu o parecer contrário que sepultou a idéia. Acusam de golpismo o 3º mandato na Venezuela, Equador, Honduras e Bolívia, mas preferem o silêncio quando o tema avança na Colômbia. São seletivos em suas análises.

Não, nada de novo. O mesmo PSDB que exige CPI em Brasília, as soterra em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Se os tucanos e o condomínio que os acompanha tivessem qualquer apego à ética, já tinham afastado a governadora do Rio Grande do Sul, tinham apurado a compra de votos para aprovar a reeleição do FHC, não veriam como normal o socorro a Arthur Virgílio em Paris, o tratamento de Sérgio Guerra nos Estados Unidos e o desvio de recursos do metrô no caso Alston.

É inafastável a questão ética para um partido como o nosso, mas o que move a oposição neste momento, não é a preocupação com o nepotismo no Senado, pra o qual sempre foram condescendentes, nem o patrocínio da Petrobrás a festas juninas no Nordeste. O que se busca, na verdade, é inviabilizar a continuidade do nosso projeto e na falta de um discurso consistente, buscam seduzir o país com uma pseudo e tardia preocupação moralizadora.

O desafio, portanto, para os petistas e os democratas em geral é construir um amplo campo de alianças para sustentar Lula, Dilma e o nosso projeto. Não vejamos apenas as conquistas dos últimos 7 anos, mas principalmente a consolidação nos anos que virão das políticas de desenvolvimento com distribuição de renda, de inserção internacional soberana, de liderança na América Latina, de ampliação do mercado interno, de inclusão social e de democracia. Emidio de Souza é prefeito de Osasco

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