sábado, 30 de outubro de 2010

Nova Presidenta, novo Senado, nova Câmara, o Brasil saiu mais forte desta eleição.

Chegamos ao final da mais árdua campanha eleitoral que se tem notícia. A campanha muito centralizada no cargo do presidente, o que é natural, escondeu alguns números e derrotas, que mudarão por completo o futuro cenário político brasileiro.
A lista de tradicionais políticos abatidos pelas urnas é enorme. Artur Virgílio, Heraclito Fortes, Cesar Borges, Tasso Jeiressati, Gustavo Fruet, Marco Maciel, Cesar Maia, Heleisa Helena, todos derrotados em eleição para o senado com a disputa de duas cadeiras.
Soma-se a estes nomes, Orestes Quercia, doente e Gabeira , talvez o maior derrotado de todos, pelas inúmeras concessões que fez de caráter ético.
Mas é na Câmara Federal, que esta derrota é mais significativa, pois o PSDB, principal partido de oposição, vê sua bancada ser deduzida de 99 deputados, em 1998, para apenas 53 nestas eleições de 2010. Uma redução de quase 50% em quatro eleições.
Em sete estados não elegeu um único parlamentar se quer como Amazonas, D.F. Piauí, R.G. do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe.
As causas são muitas, mas a principal é a política de desqualificação do adversário, que fomentou no PSDB, a pecha de partido rancoroso, partido do ódio e da acusação sistemática.

Veja a composição das bancadas na Câmara dos Deputados a partir de 2011:

PT - 88 / PMDB - 79 / PSDB - 53 / DEM - 43 /PP - 42 /PR - 41 /PSB - 34 /PDT - 28

PTB - 21/PSC - 17 /PPS - 12/PV - 14/PCdoB - 15/PRB - 8/PSOL - 3/PMN - 4/PHS -2/

PTC - 1/PTdoB - 3/PSL - 1/PRP - 2/PRTB - 2

Nem todos os líderes da oposição agiram da mesma forma. Dos líderes do PSDB, o menos tucano, o mais cordial e sagaz, é o senador eleito Aécio Neves, político experiente que soube engendrar uma aliança surpreendente do PSDB com o PT para as eleições de Belo Horizonte, e conquistar em 2010 a maior vitória do seu partido nestas eleições, confirmando a máxima popular que diz, "passarinho que acompanha morcego, dorme de cabeça para baixo".

Tenho absoluta certeza, que se o candidato a presidente fosse o Aécio, um político jovem, mas nem por isso menos perigoso, astuto, que viria com dois discursos, o primeiro seria da renovação, para arejar a política nos tempos de "ficha limpa', com mais energia e saúde, para uma Brasil, blá,blá,blá.

O outro, mais republicano, dos ideais do seu avô, Tancredo Neves, o defensor dos desígnios para o nosso País, pensado por ele para o novo milênio, inaugurando uma era de prosperidade, blá,blá,blá.

Claro que nada disso aconteceu, Aécio neste segundo turno, está que nem aquele craque de futebol recentemente vendido para o exterior por uma fortuna, correndo para não chegar nem na bola, nem no adversário, com medo de contusões.

Aécio quer o fim rápido deste 2º turno e claro não desejaria esperar 2018, numa eventual e cada vez mais improvável vitória de Serra nestas eleições.

O quadro de 2011, mudará completamente. O Governo Dilma terá maioria na Câmara e no Senado, a oposição tentará se aglutinar num novo partido, a exemplo das montadoras de automóveis, que quando um modelo encalha, logo lançam um outro com nova frente e painel novos, mas motor, suspensão e parte elétrica antigos.

Mas Dilma não terá boa vida, pois este segundo turno aumentou o valor dos partidos aliados, a começar pelo PMDB, que é sempre uma incógnita no painel político brasileiro.

Nova Presidenta, novo Senado, nova Câmara, o Brasil saiu mais forte desta eleição.




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