Diferenças entre governos: FHC x Lula

Diferenças entre governos: FHC x Lula

FHC queria chamar a Petrobras de ‘Petrobrax’ para torná-la ‘mais palatável aos mercados’.

Lula batiza na quinta-feira, dia 7, uma plataforma com o nome de Apôlonio de Carvalho* e festeja a soberania no pré-sal.

Em 2002, em Angra dos Reis, o candidato Lula fuzilou a política tucana de terceirizar encomendas da Petrobras a estaleiros no Exterior, gerando falências na indústria naval e demissão de cerca de 30 mil trabalhadores brasileiros.

Na quinta-feira, dia 7, o presidente Lula volta Angra dos Reis para um balanço dos compromissos assumidos há oito anos. Leva trunfos respeitáveis:

1. no batismo da gigantesca plataforma P 57 –que terá o nome do legendário Apolônio de Carvalho –, ele poderá festejar um índice de nacionalização superior a 65% (exceto casco e grandes máquinas);

2. em seu governo, a Petrobrás tornou-se uma das quatro principais empresas de energia do planeta, fortalecida pelo sucesso da maior capitalização da história econômica mundial;

3. a parcela do Estado na empresa saltou de 39,8% para 48% e foi a 63% do capital votante;

4. já aprovado, o regime de partilha do pré-sal garante o comando da Petrobras na exploração da maior reserva de petróleo descoberta nas últimas décadas;

5. se predominasse o regime de concessão defendido pelo coordenador do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn (clique aqui), essa riqueza irrigaria os circuitos das petroleiras internacionais, mas sobraria pouco para investir em tecnologia, educação e combate à pobreza, como definiu Lula;

6. graças à soberania no pré-sal, as encomendas de embarcações, plataformas, sondas e outros equipamentos vão rechear a carteira de pedidos do parque naval brasileiro ao longo de muito anos;

7. atualmente, a indústria naval já emprega 45 mil trabalhadores, 20 vezes mais do que o saldo deixado pelo governo FHC, que teve Zylberstajn na direção da Agência Nacional de Petróleo e José Serra no comando do ministério do Planejamento.

* O corumbaense Apolônio de Carvalho, devido a suas idéias progressistas, passou boa parte de sua vida no exílio. Ele teve uma história política admirável. O escritor Jorge Amado o chamava de “Herói de Três Pátrias”. O motivo? Apolônio participou da revolta (Intentona) comunista de 1935, da Guerra Civil Espanhola, da Resistência Francesa contra os nazistas e da guerrilha contra o regime militar brasileiro (1964-1985). Quer mais?

Carta Maior e o confronto entre dois projetos de País, 7/10/10